Bicho-da-seda: Lagarta que tece o valioso fio

Bicho-da-seda: Lagarta que tece o valioso fio

O bicho-da-seda é o estado larval da mariposa pertencente à Ordem Leptidoptera, Superfamília Bombycoidea, família Bombycidade. A partir do casulo é feito a seda, um tecido muito valorizado no mundo inteiro.

O bicho-da-seda, como o próprio nome sugere, é a principal fonte dos cobiçados fios de seda, tão essenciais na indústria têxtil. Seu uso na tecelagem remonta à Antiguidade, aproximadamente por volta de 2.698 a.C. na China. Entretanto, ao longo do tempo, o animal passou por inúmeras alterações, diferenciando-se da sua forma original cultivada pelos antigos chineses.

Biologia do bicho-da-seda

O bicho-da-seda, revestido por uma pelagem delicada de coloração branca e é incapaz de voar. Embora sua vida seja relativamente curta, variando entre 10 e 16 dias, esses insetos têm uma prole impressionante, com uma única fêmea capaz de depositar entre 300 e 400 ovos, que eclodem em média após 15 dias.

Durante os primeiros quatro dias após a eclosão, as larvas passam por um estágio de crescimento rápido, alimentando-se vorazmente de folhas de amoreira, aumentando seu peso até quinze vezes em relação ao nascimento.

Após cerca de 11 dias, as larvas começam a tecer casulos, iniciando assim a fase de metamorfose. Nesse ponto, o peso da larva pode ter aumentado cerca de 2 mil vezes desde o nascimento.

Cada larva produz um casulo, tecendo um fio singular que pode se estender por até 1,3 quilômetros. Em apenas três dias, o casulo está completo, fornecendo uma proteção segura para a lagarta durante 10 a 15 dias, até que ela se transforme em crisálida.

Bicho-da-seda
Bicho-da-seda

História do bicho-da-seda

A domesticação do bicho-da-seda começou a milhares de anos, originando-se na Ásia Central. Naquela época, os antigos habitantes da região, que eventualmente formariam a China, começaram a utilizar as lagartas para extrair seus preciosos fios visando fazer tecidos. No entanto, esse processo resultou na adaptação dos animais ao cativeiro, tornando-os incapazes de sobreviver fora dele.

Ao longo de mais de 4 mil anos, as lagartas de bicho-da-seda foram retiradas da natureza para servir à indústria têxtil. Porém, como são sacrificadas ainda na fase larval, nunca alcançam a maturidade, quando poderiam se reproduzir. Portanto, a produção de seda acaba por impactar diretamente o ecossistema.

Registros chineses antigos mencionam mariposas com grandes asas brancas, circulando em torno de lanternas, bem diferente das atuais. Na verdade, elas não existem na natureza, sendo uma consequência do longo processo de domesticação.

Criação e Produção

O bicho-da-seda, alimenta-se de folhas de amoreira, e é criado em plantações desse vegetal. Em cativeiro, as larvas consomem pedaços cortados das folhas antes de começarem a formar seus casulos, sendo separadas individualmente para que cada uma teça seu próprio casulo.

Na indústria, os casulos são eliminados logo após serem construídos para evitar danos aos fios de seda. Eles passam por um processo de desidratação em altas temperaturas e são fervidos em água para reidratação e desenrolamento. Os fios resultantes são agrupados em meadas, com valor médio entre US$ 80 e US$ 90 por quilograma. As larvas mortas são aproveitadas na produção de ração animal.

A liderança na produção mundial de seda permanece com a China, enquanto o Brasil enfrenta redução devido a custos de mão de obra mais baixos no país asiático.

Casulo do bicho-da-seda
Casulo do bicho-da-seda

Fonte: Info Escola, eCycle

Gabriel Moretti

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