Como surgiu o Dia da Mulher: A história por trás da data
O Dia Internacional da Mulher entrou no calendário de datas comemorativas a partir de 1975, quando foi oficializada pela ONU, Organização das Nações Unidas. A princípio, representava a luta das mulheres pela igualdade salarial, mas ao longo da história, essa luta se expandiu em defesa de diversos aspectos como paridade de gênero e a violência, por exemplo. Mas você sabe como realmente surgiu o dia da Mulher? Continue a leitura para descobrir tudo por trás desta comemoração.
Origem do Dia da Mulher
Há quem diga que a data surgiu após uma tragédia ocorrida na fábrica da Triangle Shirtwaist Company, em Nova York, em que o dono trancou 129 mulheres funcionárias para morrerem queimadas, para reprimir as greves feitas operárias.
No entanto, houve sim um incêndio nesta fábrica, porem, não foi assim que de fato aconteceu. Além disso, a data não foi criada a partir de um único evento, e sim de uma sequência ocorridos históricos e políticos pelo direito das mulheres.
Movimentos que originaram o Dia da Mulher
1. Mulheres protestam nas ruas de Nova York – 1909
Esta foi a primeira manifestação em relação às mulheres. Trata-se de uma passeata realizada em 26 de fevereiro de 1909, nas ruas de Nova York. Onde 15 mil mulheres marcharam pelas ruas reivindicando melhores condições de trabalho, pois trabalhavam 6 dias por semana, muitas vezes ultrapassando até para o domingo, com a duração de 16 horas de expediente.
2. Clara Zetkin propôs a criação de um dia das mulheres – 1910
A feminista alemã, sugeriu a formação da data na II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas em 1909. O objetivo da data era que mulheres de todo o mundo tivessem um dia específico para se reunirem para discutir e tratar assuntos referentes a luta pelos direitos femininos, como o direito de voto, por exemplo.
3. Incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist Company – 1911
A história verídica sobre o incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist, em Nova York, é um pouco diferente do que dizem por aí. O que incentivou o incêndio foram as péssimas instalações elétricas, a composição do solo e a estrutura da fábrica e a enorme quantidade de tecido que se tornou combustível para o fogo.
Essa tragédia fez 146 vítimas, 125 mulheres e 21 homens de um total de 600 funcionários da fábrica, nos quais a sua maioria eram do sexo feminino, imigrantes judias e italianas, com as idades que variavam de 13 a 23 anos.
Algumas pessoas conseguiram escapar pelas escadas, elevador e outras chegaram a pular pelas janelas para fugir daquele tormento. O que dificultou a saída, foi que naquela época havia um costume dos patrões de trancar as fábricas durante o expediente, visando evitar motins e greves. E no momento do incêndio a fábrica estava trancada.
4. Russas entram greve e vão às ruas – 1917
Desta vez foi a vez das russas irem às ruas reivindicar seus direitos. No evento, aproximadamente 90 mil mulheres tecelãs levaram o lema “paz e pão”, pedino o retorno dos seus maridos da guerra e comida para seus filhos.
Esse feito ocorreu no dia 23 de fevereiro conforme o antigo calendário russo, entretanto, no calendário gregoriano é 8 de março.
Conquista e Desafios do Dia da Mulher
Muitos foram os esforços em prol da causa das mulheres. Todavia, é fato que ainda na atualidade, as reivindicações pelas quais muitas mulheres se dedicaram não foram atendidas. A disparidade salarial é um exemplo que ilustra bem isso, segundo a uma pesquisa da Vargas.com as mulheres ganham em média 24% a menos que os homens. Sem contar os prejuízos sofridos pelas futuras ou atuais mães que perdem seus empregos por esse motivo.
Além disso, a violência sexual, doméstica e de gênero ainda persegue muitas mulheres, mesmo tendo leis que de proteção, como Lei Maria da Penha no Brasil.
Enfim, o Dia da Mulher traz um momento de reflexão sobre as condições femininas, a respeito de tudo que as mulheres passam no seu dia-a-dia. É também uma forma de reafirmar a importância feminina na sociedade e combater o silêncio que normaliza a desigualdade e a violência sofridas pelo gênero feminino. Por fim, contribuir com mudanças necessárias para que esse dia não seja apenas para ganhar flores e sim receber respeito e reconhecimento do verdadeiro valor da mulher.
Fonte: Brasil Escola, Terra, Forbes