Existe transplante de cérebro? Realidade ou Ficção?
O filme “Pobres Criaturas”, estrelado pela atriz Emma Stone, retrata a história de uma jovem, Bella Baxter, que após suicidar-se, volta a vida graças a um transplante de cérebro. Para quem busca viver para sempre, vê essa ideia de transferir a sede da consciência de um corpo de um indivíduo para outro como uma possível solução para a morte.
No entanto, considerando que o procedimento desafia as barreiras do que consideramos possível para a ciência e medicina, fica o questionamento: existe transplante de cérebro na vida real ou isso está confinado apenas ao mundo da imaginação e fantasia?
O cérebro é o órgão mais complexo do corpo humano. Suas conexões e sua tarefa de controlar suas funções motoras tornam inimaginável a transferência desse complexo sistema de um corpo para outro. Sem contar o desafio adicional de integrar o cérebro do doador à medula espinhal do receptor.
Entretanto, a ciência vem progredindo na plasticidade cerebral, a capacidade de adaptação dos neurônios, o que se refere à capacidade do cérebro de se adaptar e remodelar, formando novas conexões neuronais e eliminando outras.
Esta capacidade tem possibilitado, em alguns casos, a regeneração de lesões cerebrais. Ainda assim, quanto ao transplante de cérebro, pode-se dizer que ainda é impossível realizá-lo.
Já existiu transplante de cérebro na história?
O experimento de transplante cerebral já foi realizado em cadáveres, mas nunca em humano vivo. Em 1971, um renomado neurocirurgião americano, Robert J. White (1926-2010) que sonhava em realizar o procedimento, teve “êxito” ao transplantar a cabeça de um macaco em outro.
A cirurgia teve sucesso, e o animal conseguia ver, ouvir e cheirar, mas seus movimentos se limitavam somente à cabeça, o corpo ficou paralisado. Contudo, o que parecia um avanço, teve poco tempo de comemoração, pois o macaco veio a falecer alguns dias depois.
White passou o resto dos seus dias realizando experimentos, pretendendo repetir em humanos, porém sem sucesso.
Enfim, o transplante de cérebro continua sendo possível apenas na ficção, mas quem sabe no futuro os avanços tecnológicos e científicos possam fazer da ficção realidade.
Fonte: O Globo, Super Interessante, BBC Brasil
