Ornitorrinco é venenoso? Saiba maios sobre essa incrível criatura!
Originários da Austrália e da Tasmânia, os ornitorrincos são fascinantes criaturas que exibem uma série de características peculiares. Com uma aparência que lembra uma mistura entre castor, lontra e pato, esses animais impressionam não apenas pela sua aparência, mas também por suas habilidades únicas. Surpreendentemente, são capazes de pôr ovos, uma característica incomum para mamíferos, e são um dos poucos mamíferos conhecidos por possuírem veneno. Sim, o ornitorrinco é venenoso! Mas qual é o nível de veneno que eles carregam? Aprofunde-se neste texto para desvendar mais sobre essa criatura tão extraordinária.
Ornitorrinco é venenoso?
O ornitorrinco é um dos raros mamíferos que possuem veneno, embora essa peculiaridade seja exclusiva dos machos. Estes possuem esporões nas patas traseiras ligados a glândulas de veneno, que são empregados durante o período de acasalamento. Embora as fêmeas também nasçam com esporões, estes caem durante o primeiro ano de vida.
O veneno dos machos é potente o suficiente para abater pequenos animais, sendo capaz de injetar de 2 a 4 ml de toxina. Durante o período de acasalamento, a produção da toxina aumenta significativamente.
O veneno do ornitorrinco é letal?
Para os humanos, o veneno não é letal, entretanto, a dor é extrema. Após a picada, um inchaço se forma ao redor da ferida e se estende pelo membro afetado, acompanhado de uma dor intensa que não responde ao tratamento com morfina. Surpreendentemente, até mesmo uma simples tosse pode aumentar a intensidade dessa dor.
Com o passar das horas, o inchaço pode se espalhar para outras áreas do corpo, não apenas aquelas diretamente afetadas pela picada. Após esse estágio inicial, a dor pode evoluir para uma sensibilidade aumentada que pode persistir por dias ou até meses. Além disso, observou-se também atrofia muscular, que pode durar o mesmo período que a sensibilidade aumentada.
Apesar de raros, foram registrados alguns casos de picadas de ornitorrinco na Austrália.
É importante considerar que os ataques dos ornitorrincos ocorrem quando se sentem ameaçados ou querem se defender. Uma dica para evitar ser picado por um ornitorrinco é segurá-lo pela base do rabo, virando-o de cabeça para baixo.
Ornitorrincos são ovíparos
Pois é, mais uma peculiaridade do ornitorrinco, mesmo sendo um animal mamífero, as fêmeas da espécie botam ovos.
Quando a fêmea vai colocar seus ovos, ela escava um túnel longo na terra, às vezes com até 30 metros de comprimento. Após fechar a entrada do túnel, ela permanece lá dentro por aproximadamente 10 dias, incubando um ou dois ovos.
Dentro do buraco, a fêmea deita-se de costas no ninho, posiciona os ovos sobre sua barriga e se curva sobre eles para mantê-los aquecidos. Após esse período, os filhotes nascem, com cerca de 18 milímetros, bastante vulneráveis para enfrentar os perigos da natureza. Eles são então amamentados por aproximadamente quatro meses; o leite é secretado por glândulas e escorre através das dobras da pele da barriga da mãe, uma vez que elas não possuem mamas, formando uma espécie de “poça” que os filhotes precisam chupar ou lamber para se alimentar.
Descoberta dos ornitorrincos
Em 1800, o naturalista inglês Thomas Bewick descreveu os ornitorrincos como ‘sui generis’, uma criatura com uma tríade de naturezas: parte peixe, parte pássaro e parte quadrúpede, sem relação aparente com qualquer coisa já vista.
Os cientistas europeus da época, ao se depararem pela primeira vez com esses animais enviados da Austrália, suspeitaram inicialmente de uma falsificação taxonômica asiática, dada a notável diferença em relação às espécies conhecidas.
O ornitorrinco é o único representante vivo da família Ornithorhynchidae e a única espécie do gênero Ornithorhynchus.
Fonte: G1, Tilt UOL, Perito Animal