Pai da computação: Conheça a jornada de Alan Turing

Alan Turing, renomado matemático do século XX, foi fundamental para o avanço dos computadores e da ciência da computação. Criador do conceito da “Máquina de Turing”, ele é considerado o pai da computação moderna. Suas ideias inovadoras também deram origem aos primeiros experimentos em inteligência artificial.

Turing liderou esforços na década de 1940 para decifrar códigos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, contribuindo para a vitória dos aliados. Apesar de suas contribuições notáveis, sua trajetória foi marcada por perseguições devido à sua sexualidade, o que por muito tempo obscureceu seu legado.

Vida e carreira do Pai da Computação

Nascido em junho de 1921, em Westminster, Londres, Alan Turing já demonstrava desde a infância um notável talento para os números e a ciência. Aos meros 13 anos de idade, sua inteligência excepcional começava a se destacar.

Durante sua juventude, Turing estudou matemática em Cambridge, onde sua dissertação sobre o teorema do limite central o destacou como membro da escola universitária. Seu artigo “On Computable Numbers” introduziu o conceito da “Máquina de Turing”. Após obter seu PhD em Princeton, com foco em criptologia, retornou a Cambridge para trabalhar na quebra de códigos alemães durante a guerra.

Daí em diante, Turing continuou suas pesquisas na Victoria University of Manchester, contribuindo para o desenvolvimento dos primeiros computadores com programa armazenado no Reino Unido. Seu trabalho em biologia matemática previu reações químicas oscilantes. Apesar de sua fama acadêmica, Turing era reservado e introvertido, enfrentando o preconceito por ser homossexual. Suas limitações sociais afetaram suas interações no campo científico.

Legado de Turing

O impacto de Alan Turing na tecnologia da informação foi significativo. Sua principal contribuição foi a concepção da “Máquina Universal de Turing”, capaz de manipular proposições complexas em sistemas formais de axiomas, influenciando diretamente o design dos computadores digitais modernos.

Em 1945, ele também elaborou o “Automatic Computing Engine (ACE)”, uma especificação pioneira para um computador digital com programas armazenados, que serviu de base para a construção do primeiro computador desse tipo pela Universidade de Manchester. Seu trabalho no Laboratório de Computação de Manchester foi fundamental para o desenvolvimento do Ferranti Mark I, o primeiro computador digital eletrônico comercial.

Na área da inteligência artificial, Turing introduziu o “Teste de Turing” como uma medida para avaliar a capacidade de uma máquina em pensar como um ser humano, um conceito que permanece debatido até hoje, com contribuições como as do ChatGPT que reacendem discussões sobre sua viabilidade.

Turing e sua contribuição na Guerra

Durante a Segunda Guerra Mundial, a máquina Enigma era uma ferramenta crucial de criptografia usada pelas forças alemãs. Para decifrá-la, Alan Turing liderou uma equipe na Escola de Códigos e Cifras do Governo Britânico em Bletchley Park, onde desenvolveram o “Bombe”, um dispositivo eletromecânico.

Desta forma, essa inovação permitiu a interceptação e decodificação de mais de 80 mil mensagens navais nazistas por mês, impactando significativamente o curso da guerra. Estima-se que Turing tenha encurtado o tempo do conflito no Ocidente em mais de dois anos e salvo milhões de vidas.

Morte prematura

Apesar do reconhecimento atual de sua história e legado, os últimos momentos da vida de Alan Turing foram marcados por dificuldades. Nos anos 1950, em uma época de forte repressão à homossexualidade na Grã-Bretanha, ele foi perseguido pela legislação anti-homossexual.

Após sofrer por ser condenado, recebeu hormônios femininos, prática hoje conhecida como castração química. Abalado pelas mudanças que enfrentava em seu corpo e a realidade homofóbica, resolveu dar fim a toda a sua dor comendo uma maçã envenenada, assim como Branca de Neve, personagem de quem era fã. Assim, faleceu aos 41 anos, em 7 de junho 1954, por meio de suicídio.

Seu legado permaneceu como segredo de Estado por mais de meio século, até que em 2013 a Rainha Elizabeth II concedeu um perdão póstumo, reconhecendo sua importância.

Pai da Computação eternizada nos cinemas

Em 2014, um ano apósa declaracao real, foi feito um filme em sua homenagem. “O Jogo da Imitação”, dirigido por Morten Tyldum, narra a vida de Alan Turing em três momentos cruciais: sua juventude acadêmica, seu papel durante a guerra e os desafios enfrentados em seus últimos dias. O filme retrata a criação da “Bombe”, dilemas éticos e as dificuldades pessoais relacionadas à orientação sexual e sociabilidade.

Fonte: Techtudo, Aventuras da História