Sangue dourado: tipo sanguíneo mais raro do mundo

Sangue dourado: tipo sanguíneo mais raro do mundo

De início pode-se imaginar coisa de outro mundo, como assim um sangue dessa cor? No entanto, a nomenclatura não se trata da sua cor e sim do seu fator. O sangue dourado é um tipo sanguíneo muito raro, por ser fator Rh nulo, ou seja, sem o antígeno na superfície dos glóbulos vermelhos, acompanhado pelo anticorpo Anti-D.

A compreensão dos grupos sanguíneos é essencial para entender o conceito de “sangue dourado”. Os glóbulos vermelhos são revestidos por proteínas denominadas antígenos, que determinam os tipos sanguíneos.

Os tipos A, B, AB e O correspondem à presença ou ausência desses antígenos. Além disso, existe o antígeno RhD, que define os tipos sanguíneos como positivo ou negativo. Essa classificação resulta nos tipos sanguíneos mais comuns: A+, A-, B+, B-, AB+, AB-, O+ e O-.

Durante uma transfusão, a compatibilidade sanguínea é crucial para evitar reações adversas. Receber sangue incompatível pode desencadear uma resposta imunológica perigosa.

Nesse contexto, os doadores universais são os indivíduos com tipo O-, pois seus glóbulos vermelhos não possuem antígenos A, B ou RhD, tornando-os compatíveis com qualquer tipo sanguíneo.

Uma dádiva e um risco

Para os portadores deste tipo sanguíneo, tem dificuldades na vida, pois não é possível receber transfusões de sangue caso precise, além disso, pode também sofrer de anemia leve.

Em contrapartida, pode ser doado a qualquer indivíduo com os tipos sanguíneos convencionais tanto Rh positivos quanto Rh negativos.

Apesar disso, o sangue dourado é extremamente raro, cerca de apenas 50 pessoas no mundo foram registradas com o tipo sanguíneo.

Salvou a vida de milhões de bebês

Doação de sangue dourado salvou a vida de milhões de bebês
Doação de sangue dourado salvou a vida de milhões de bebês

James Harrison descobriu sua condição aos 14 anos, durante uma cirurgia, onde precisou de transfusão de sangue. Após o ocorrido, ele se comprometeu consigo mesmo a adotar a causa, fazendo doacoes frequentes até os seus 81 anos.

Durante dez anos fez inúmeras doações, assim foi revelado que seu sangue contém o anticorpo crucial para tratar gestantes afetadas pela doença de Rhesus, conhecida como eritroblastose fetal. Autoridades de saúde na Austrália esclarecem que a imunoglobulina Anti-D é obtida por meio de injeções feitas com plasma de doadores especiais, como Harrison.

Essas injeções são essenciais para prevenir que mulheres com fator Rh(D) negativo desenvolvam anticorpos agressivos durante a gestação de um bebê Rh(D) positivo. Sem esse tratamento, o bebê está sujeito à Doença Hemolítica Perinatal, uma condição que pode ser fatal.

Fonte: Terra, BBC

Isabela Mancini

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